Processo de Urbanização

O blog Favela da Amazônia fez uma busca histórica a procura de locais que um dia foi área de ressaca e hoje são trechos bastante conhecidos em nossa capital.

Avenida Tímbiras principal via de acesso que liga o bairro Beirol ao Novo Buritizal no trecho entre a Av. Santos Dumont terminando na Rua 19 de Julho já foi um dia área de ressaca com ocupação popular. Segundo relato de moradores que estiveram desde o principio da ocupação, na década de 80 varias famílias,  vindas de varias partes do estado por diversos motivos sociais  sem contar os migrantes do Nordeste que ali ocuparam chegando a construir mais de 400 metros em passarela.
Fazendo hoje uma comparação pela quantidade de casas existentes na Tímbiras estima-se que cerca de 600 pessoas moravam em aproximadamente  150 barracos sem saneamento básico.

Uma das pessoas que participou desse processo foi, Agnaldo Balieiro da Gama hoje Deputado Estadual (PSB). No ano de 1991 Balieiro, junto de seus dois filhos, pais e sete irmãos ocuparam a área (Timbiras). Tudo isso por terem vendido a unica propriedade que tinha, com esperança de pegar o arrecadado e  aplicar em conta poupança na “ERA COLLOR”, mas deu tudo errado, sendo golpeado assim como muitos brasileiros, levando ele e sua família a uma única alternativa, há ocupação dessa área de ressaca.
O processo de urbanização iniciou em 2002 com a mobilização dos moradores, que utilizavam entulhos, resto de obras e aterro comprado pela a união dos mesmos. Foi em 2005 que o processo se fortaleceu por meio de uma serie de reivindicação dos moradores, sensibilizando o poder público para a importância de se passar uma rua naquela área, e no mesmo ano o Governo começou o processo de aterramento e asfaltamento da que um dia foi chamada de ressaca da Tímbiras.

Outro trecho bastante conhecido que passou no mesmo ano por processo de urbanização foi à passarela Lobos, conhecida como “PONTE DO COPALA”. Sua primeira ocupação iniciou-se no ano de 1988 com a vinda de seu Olívio de Almeida Nunes, sua mulher e seis filhos vindos do garimpo chamado “BAIXÃO DA ONÇA” localizado em Monte Dourado distrito de Almeirim-Pa, onde na época havia um grande surto de malaria. Com os filhos doentes e sua sogra com derrame sem qualquer estrutura medica na região largaram tudo e vieram para Macapá onde tiveram que ocupar uma parte da área do Fazendeiro “PAULO MUCA” proprietário de uma extensa área na época. Depois de uma negociação com o governo da época seu Paulo Muca liberou a ressaca para os que ali moravam gerando em menos de um mês toda a ocupação da área doada.

O principal motivo de sua urbanização foi o altíssimo nível de criminalidade na passarela (Copala), que dificultava a ação da policia por ser área de ressaca de difícil acesso. No ano de 2005 depois de varias mobilizações dos moradores e associação de bairro o governo em meio de varias reuniões autorizou a abertura da rua, em mas um processo de urbanização de áreas de ressacas no Amapá.